Legislação Crefito (v1.5) - page 1107

ACÓRDÃO Nº 65, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2015.
Os Conselheiros do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, reunidos na 258ª Reunião Plenária Ordinária,
no uso de suas atribuições e disposições regulamentares, conferidas pela Lei nº 6.316, de 17 de dezembro de 1975, e pela
Resolução-COFFITO nº 413/2012, ACORDAM em aprovar, por unanimidade, a utilização pelo Fisioterapeuta da Terapia por
Ondas de Choque como recurso terapêutico, nos termos do parecer técnico que passará a fazer parte integrante do
presente Acórdão, a saber:
PARECER TÉCNICO
INTRODUÇÃO
A chamada Terapia por Ondas de Choque (TOC), do inglês Shock Wave Therapy (SWT), que pode ser extracorpórea
radial, chamada de Radial Shock Wave Therapy (RSWT), ou Focal/Planar, do inglês Focused/Planar Shock Wave Therapy
(ESWT/PSWT), faz parte do arsenal de recursos terapêuticos dentro da Fisioterapia, inserido na área maior chamada de
“Agentes Eletrofísicos”, utilizados para terapia de variadas situações, na dependência das evidências científicas publicadas,
assim como da experiência clínica e expertise dos envolvidos neste tipo de atividade. Dentre os agentes estudados nesta
área, estão os eletroestimuladores, as fontes de fototerapia (como ultravioleta, infravermelho, LEDs ou
lasers
), os
equipamentos de ondas curtas, o ultrassom, as vibrações e as Ondas de Choque. Estes três últimos métodos de tratamento
têm semelhanças entre si pelas características de ação sobre os tecidos biológicos.
Ondas de Choque são um distúrbio de pressão que se propaga rapidamente por um meio. Pode ser definido como uma
onda de compressão de grande amplitude como as produzidas por explosões ou jatos supersônicos sobre um meio. As
Ondas de Choque utilizadas clinicamente são, na realidade, uma espécie de explosão controlada (OGDEN et al., 2001).
HISTÓRICO
As Ondas de Choque foram inicialmente empregadas como um tratamento não invasivo de pedras nos rins, nos anos 1970,
e se tornaram tratamento para esse desarranjo no início dos anos 1980. Nas experimentações com modelos animais foi
identificado que essas Ondas de Choque tinham efeitos sobre os ossos e isso levou a uma série de outras
experimentações, observando-se os efeitos dessas ondas no osso e na cartilagem e associado a tecidos moles (tendões,
ligamentos e fáscia), tornando-se uma intervenção que aumentou a sua utilização. Nos anos 1990 foram reportados os
primeiros artigos utilizando Ondas de Choque como técnica terapêutica para alterações de tecidos moles, mais comumente
a tendinite calcária e, posteriormente, uma variedade de tendões, ligamentos e outros tecidos similares.
CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
As Ondas de Choque têm uma pressão tipicamente na ordem de 35-120MPa (SPEED, 2004). Produzem uma rápida
elevação da pressão, usualmente, menos que 10 nanossegundos, e uma curta duração, em torno de 10 microssegundos. O
feixe efetivo é fino, entre 2-8mm de diâmetro.
As intensidades são normalmente divididas em 3 faixas: baixa intensidade, acima de 0,08 até 0,28mJ/mm ; média
intensidade, entre 0,28 e 0,6mJ/mm ; e alta intensidade, acima de 0,6mJ/mm .
EFEITOS COLATERAIS E ADVERSOS
As Ondas de Choque de alta energia mostraram ter alguns efeitos prejudiciais em tecidos moles, mas algo que não
acontece quando se utilizam as doses corretas para terapia. Para algumas situações pode
rodução de dor,
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