Legislação Crefito (v1.5) - page 1109

modalidade de Ondas de Choque focalizadas foi relacionada com as energias maiores e mais toleráveis na faixa de média
intensidade. No entanto, foi preferível por parte dos pacientes o uso das Ondas de Choque radiais no tratamento da fasceíte
plantar, pelo seu preço menor e por ser mais efetiva na prática clínica (o chamado custo-efetividade do tratamento).
Outra área em que estão sendo usada as Ondas de Choque para terapia é na enfermidade de Peyronie, que é a
enduração dolorosa do pênis com alteração da sua forma, devido a uma fibrose intensa do corpo cavernoso. Na metanálise
realizada por HAUCK et al. (2004) foi analisada a eficiência da terapia nestes casos para dor e função sexual, com
vantagens em relação a evolução natural da doença.
Uma área que mais recentemente tem sido explorada em tratamentos com Ondas de Choque é a de reparação tecidual
para feridas abertas. Seis publicações relatando resultados de outros estudos clínicos foram identificadas, incluindo um total
de 523 pacientes. As Ondas de Choque foram mais comumente aplicadas uma ou duas vezes por semana, usando baixa
ou média energia, com geradores focalizados ou desfocados (faixa de energia 0,03 a 0,25 mJ/mm ; usualmente de 0,1
mJ/mm ). Algumas preocupações com a segurança foram relatadas e, em estudos clínicos controlados, nos quais
diferenças estatisticamente significativas nas taxas de fechamento de feridas foram relatadas em comparação com uma
variedade de modalidades convencionais de tratamentos tópicos ou mesmo tratamento simulado ou oxigenoterapia
hiperbárica. Com base nesta análise, as Ondas de Choque podem ser caracterizadas como não invasivas. Ensaios clínicos
cegos, controlados, randomizados, multicêntricos ainda são necessários para avaliar a eficácia e custo-efetividade das
Ondas de Choque em relação a outros tipos de tratamentos adjuvantes em feridas, com curativos fechados e úmidos, que
são comumente usados nestes casos (DYMARECK et al., 2014).
INDICAÇÕES MAIS COMUNS
A lista de indicações a seguir está baseada na literatura consultada, as condições de dose, intensidade, protocolo de
tratamento, a frequência de tratamento e outras, podem ser mais adequadas ou melhoradas a partir de novos dados que
surgirem de pesquisa científica publicada na tentativa de consolidar as indicações com maior precisão.
As indicações a seguir são uma sugestão do que já existe na literatura, porém as fundamentações mais importantes já
foram citadas alhures: Tendinite Calcificante; dores no ombro com ou sem calcificação; Tendinopatias; Tendinite
Trocantérica; Síndrome Patelar (Joelho de Saltador); Síndrome do Tibial Anterior; Aquilodínea; Fasceíte Plantar; Esporão de
Calcâneo; entesopatias; Cervicalgia; Dorsalgia e Lombalgia aguda e crônica; alterações musculares, como entorse,
distensão, espasmo, e outros; Metatarsalgia; Pseudoartrose (não união óssea ou retardo de consolidação);
Trigger Points
superficiais e profundos; Reparo Tecidual (feridas abertas, fibrose e outras); Celulite; tratamento da dor.
CUIDADOS, PRECAUÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES
A lista a seguir foi compilada pelas melhores evidências e pelas opiniões dos experts mais envolvidos com a terapia e isto
pode ser uma abordagem bastante conservadora, mas em muitas terapias emergentes podem, eventualmente, surgir novos
efeitos colaterais ainda não aparecidos anteriormente e que devem ser comunicados ao Conselho Federal de Fisioterapia e
Terapia Ocupacional.
• Tecido pulmonar deve ser evitado, porque pode ser danificado;
• A epífise deve ser considerada uma área a ser evitada por não se saber os efeitos de longo prazo;
• Pacientes com hemofilia ou com terapia anticoagulante não devem ser tratados com Ondas de Choque (pode haver o
aparecimento de petéquias e ruptura da rede microvascular);
• Tumores malignos se mantêm na lista de contraindicações tanto quanto para outras modalidades porque não se sabe o
quanto pode produzir de crescimento e de espalhamento do tecido maligno;
• Implantes metálicos baseado em fixações mecânicas no osso parecem não ser um problema, porém
stents
cardíacos
implantados e válvulas cardíacas não foram completamente avaliados;
• Marca-passo;
• Útero gravídico não se encontra na literatura, entretanto por uma questão ética deve-se evitar;
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