Legislação Crefito (v1.5) - page 1142

al., 2012). Estimulação transcraniana por corrente contínua: A estimulação
transcraniana por corrente contínua (ETCC) (em inglês: transcranial direct current
stimulation, tDCS) utiliza da
aplicação de correntes contínuas de baixa intensidade (1-2mA) sobre o crânio para
modular a excitabilidade cortical e assim interferir no desempenho de diferentes
funções, dentre elas as funções sensóriomotoras e cognitivas. O estimulador é
constituído basicamente por quatro componentes principais: (a) eletrodos (ânodo e
cátodo), (b) amperímetro, medidor de amplitude de corrente elétrica, (c) potenciômetro,
componente que permite a manipulação da amplitude da corrente e (d) baterias para
gerar a corrente aplicada. Para interferir na atividade neuronal, os parâmetros da
estimulação (amplitude, duração e orientação da corrente e o tamanho dos eletrodos) e o
local da aplicação são determinados dependendo do objetivo terapêutico. Atualmente
existem revisões sistemáticas com ou sem metanálises para os seguintes usos da ETCC:
a) dor – evidencias insuficientes com relação à eficácia (O'Connel et al., 2011);
Fibromialgia – a indicação deve ser considerada para pacientes não responsivos à
terapia medicamentosa (Marlow et al., 2012); b) Desordens do movimento e AVE –
nível de evidência 1A para o benefício do uso da ETCC na recuperação do membro
superior de pacientes pós-AVE (Butler et al., 2013).
Para as técnicas citados acima (EMT e ETCC), na prática clínica, os fisioterapeutas
devem observar as seguintes aspectos: Equipamento: I. Utilizar somente aparelhos
registrados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e manter em seu
poder tais documentos comprobatórios para fins de fiscalização do CREFITO de sua
circunscrição; II. Fazer manutenção periódica e calibração dos aparelhos,
descontinuando o seu uso ao observar mal funcionamento; III. Os estimuladores
elétricos devem, preferencialmente, ser alimentados por bateria. Reações adversas: A
aplicação da EMT e da ETCC é factível de desencadear reações adversas, as quais
devem ser informadas previamente ao paciente. São elas: I. Fosfenos, eritema, sensação
de ardência, queimação, prurido e formigamento sob os eletrodos e mais raramente dor
local, cefaleia, náusea e fadiga nas aplicações da ETCC. II. Alterações auditivas,
síncope, dor local, cefaleia, desconforto, mudanças neuropsicológicas/cognitivas e crise
convulsiva nas aplicações de EMT. Critérios de segurança Tendo em vista o alto grau
de complexidade das técnicas e diante dos seus riscos potenciais, o fisioterapeuta deverá
seguir os
critérios de segurança abaixo discriminados: I. A densidade de corrente elétrica na
ETCC não deve extrapolar o limite de densidade de corrente de 0,08 mA/cm2; II. Os
eletrodos da ETCC devem ser de material não metálico e colocados sobre a pele intacta.
Devem ser usados em conjunto com gel condutor ou esponja embebida com água de
torneira ou solução salina; III. No que diz respeito à EMTr, para evitar convulsões, a
tabela 1 apresenta as recomendações da duração máxima do trem de pulsos (em
segundos) para sujeitos saudáveis considerando os níveis de intensidade do estimulador
(porcentagem do limiar motor) e a frequência. É importante ressaltar que os limites de
segurança apresentados são baseados nos artigos de Wassermann (1998), que considera
tais limites de segurança quando a EMTr é usada como monoterapia. Conclui-se que o
Fisioterapeuta não deve aplicar as técnicas de ETM ou ETCC cujos parâmetros
extrapolem os estabelecidos nos critérios de segurança. Recomendações gerais: I. Em
caso de crise convulsiva, o fisioterapeuta deve interromper imediatamente a aplicação
da técnica. Deve ser garantida ao paciente a possibilidade de encaminhamento a um
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